De toalhinha – parte 1

Cansado de me culpar, decidi encarar a rua nessa madrugada fresca. Saí para descarregar essa tensão, essa coisa que está acontecendo dentro de mim que não entendo direito, esse desejo exacerbado, curiosidade. E seria bom ver gente, cansar as pernas e assim tentar dormir melhor. Então pus um trench coat, que achei apropriado para esse meio de primavera, e desci a rua molhada e silenciosa até um lugar que eu tinha certeza de encontrar um boteco que fosse, quem sabe alguém para conversar. Mas, na realidade, eu sabia que tinha um clube de orgia gay por ali, e talvez seja esse o verdadeiro motivo da minha ronda. Sim, foi isso. Eu andava pela ruae, na verdade, sem que o clube de orgia saísse da minha cabeça, sem que ele deixasse de me perturbar. Depois de quase uma hora caminhando, estava do outro lado da rua do clube. Parei para observar o vai e vem de homens de diversos tipos, alturas, origens, idades… como é diverso esse mundo gay. Todos esses homens! Eu experimentaria cada um deles.

Eu sabia que eu os queria todos e ao mesmo tempo. Procurava em mim alguma preferência mais forte… de repente um cara totalmente diferente do espanholzinho para variar… mais peludo, ou mais magro… cabelos curtos… eu não conseguia decidir. E, do outro lado da rua do clube de sacanagem, eu começava a ficar tão excitado que a preocupação de que alguém me visse entrando ali foi diminuindo. A chuva que caiu de repente, foi mais um pretexto para começar essa aventura.

Digo para vocês que nunca antes tinha estado em um clube de orgia ou mesmo sauna, portanto eu sentia um frissom difícil de explicar. Abri o jogo para o recepcionista careca, malhado, de regata branca: era minha primeira vez. Ele me mostrou os armários, o esquema de chaves lá no vestiário e recebi um par de chinelos e uma toalha. Não achei o figurino muito chique. “Você teria um roupão?”. Eu pensava que era meio ridículo o que eu estava fazendo. Vamos combinar que toda a vez que mostram gays, ou mostram travestis ou gays de sauna por ai, então em sentia estar num estereótipo… ah, que se dane. Eu pensava nas delícias que me aguardavam. Saí do vestiário. E tinha um bar

O barman era até que bonito, mas pouco atencioso. Não tinha muitos frequentadores. Eu tinha medo de olhar para o lado e ver alguém que eu conhecesse… eu pensava cada coisa ridícula que não vale a pena. Então estou eu de roupão e chinelinho num bar e me sentindo muito cabaço, muito bobinho. Mas o desejo – que força maravilhosa que ele é – me fez olhar ao redor.

As pessoas ficam muito quietas. Até aí tudo bem porque tenho doutorado em carão. Dava pra ver um chuveiro no fundo e acho que tinha um cara todo nu por ali, meio barrigudinho e o nariz aquilino e  olive skin me diziam sul da Itália ou oriente médio. Não vou atravessar a sauna e puxar papo com o cara né. Fui explorar mais. Tinha uma sala pequena com sofás onde uns 3 caras assistiam a um vídeo beeeem quente. Eu, blasé, percebia uns caras mexendo no pau sobre a toalha. E fui ficando excitado também. Um deles abriu mais a toalha e começou a se masturbar lentamente, normalmente, e logo o senhor ao seu lado fez a gentileza de dar-lhe uma mãozinha. E esse senhor, talvez tinha Tourette, exclamava “aaaaah caralho!” algumas vezes. E os dois saíram para uma sala ao lado que era toda pintada de preto… e tinha os tais gloryholes que eu só conhecia por filmes da Falcon Studios, como todos vocês.

Então eu tomei cuidado para que eles não percebessem que eu estava ali. Pelos gloryholes eu via que o senhor era um exímio boqueteiro – de certo anos de prática. E ele tomava o pau médio, grosso, do outro na boca com tanto gosto que parecia estar se fartando de um doce muito bom. E tirava o pau da boca e chingava o cara de filho da puta, de puto, e eu ali “horrorizando”, ainda não acreditando no meu passo. Mas eu gostava de ver. O cara sendo chupado era bonitão, bem conservado, tinha pernas boas, bronzeadas, que o senhor agarrava com gosto enquanto sorvia seu cacete. Mas o rítmo não estava bom e logo me enfadei.  Fui explorar mais adiante.

Achei uma galeria de portinhas vermelhas e uns caras que andavam de um lado pro outro paquerando. Uns faziam total carão. Algumas portas estavam fechadas e eu escutava alguns gemidos. De súbito escuto um estalo de cinto, ou chicote, sei lá, de dentro de uma das salas. No fundo do corredor, um cara tomava uma cerveja e se masturbava assistindo a um filme bem orgiástico. Fiquei de dentro de uma das cabines observando-o e essa proteção me deixou a vontade para eu me excitar. Continuei me tocando por sobre o roupão por um tempo até que um cara passou e sem cerimônia ajoelhou-se e começou a mamar o outro que assistia ao filme. E que cara lindo. Parecia um Baco do Caravaggio. Agachado, sua toalha desceu e revelava metade da bunda bem servida, redonda e parecia tão macia. Os dois entraram numa cabininha acabando com a minha diversão.

Eu estava sem coragem de fazer nada. Mas daí um cara de branco, musculoso, um jeitão meio de capoeirista… lindo sorriso… me abordou: “Quer uma massagem?”

Não tinha como dizer não.

Amanhã eu conto como foi.